E eis que num 1º de abril dei-me conta de que a mentira tinha chegado ao fim. E que algumas verdades incômodas sobre mim mesma vinham mais uma vez à tona. Ainda não sei o que é sentimento, apego, orgulho ferido, sentimento de posse, comodismo, dependência emocional. Quando a gente sabe que é amor? E quando deixa de sê-lo? Onde ele foi parar, se é que estava lá? O que sinto agora é um vazio, uma perda. Não necessariamente desse sentimento tão falado e pouco sentido. De algo a que já tinha me habituado. De ter um lugar pra chamar de meu. Materialmente. Emocionalmente. Fisicamente. Chega a ser meio doentio isso. Remeti-me àqueles relatos de pessoas que amputam uma parte do corpo, mas continuam com a sensação de ainda a possuírem. Senti-me de repente sem destino, num lugar estranho, com pessoas estranhas, que estranhamente conheço. E a sensação de liberdade vigiada, de perda de autonomia. Estou cansada de pensar. De imaginar caminhos, situações, de criar expectativas... como sempre. Vou en