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Mostrando postagens de novembro, 2012

Medalha de Prata

Aquele tom branco-prateado em seus cabelos a deixava louca! E o sorriso sempre nos lábios, o bom humor... Hum... Quantos anos ele teria? A pergunta certa era: quantos filhos ele teria, há quantos anos era casado...! Ele sentado em sua galância, na mesa ao lado, tão longe e tão perto... Ah, se ele soubesse as coisas que ela pensava naquele exato momento! Aquela sua camisa salmão era um must, mas não superava quando ele se prateava da cabeça aos pés! Desistiu daquele delírio e voltou à realidade: acordou sobressaltada com o toque do despertador. O marido, ao lado, abraçou-lhe e a acariciou com o beijo de bom dia. Pensou: isso sim é que é felicidade campeã... pra que sonho?

A surpresa

Tinha cometido uma imprudência bem na volta do feriado prolongado: saíra para o trabalho no horário de sempre. Ledo engano, já que o trânsito não compartilhava das mesmas ideias para a segunda-feira. O resultado? Um engarrafamento colossal nas vias de acesso à rodoviária e, obviamente, no seu caminho! Desesperou-se com o iminente atraso, ainda mais por estar trabalhando naquele setor só há duas semanas. Fez o que podia, desceu do coletivo, tentou mudar a rota, entrou noutra condução – sem sucesso. Parecia mesmo que a ‘vida falava’, como dizia sempre uma voz amiga. Por que insistira em passar a noite fora, longe de casa, se tudo demonstrava que aquela aventura não ‘ia prestar’? Bom, pelo menos o filme valera a pena, a companhia também... Concentrou-se novamente no que faria para amenizar a situação, já que a tentativa de mudar o caminho não havia funcionado. Ligou para o trabalho e avisou ao colega do contratempo, rezando para que o atraso não fosse extremo. Quarenta minutos depois, ain

Outra surpresa

Saiu cansada, mas ainda tinha que despachar o pacote. É... na faxina da mudança, resolvera dar fim nalgumas lembranças indesejáveis. E o pacote estava pesando na bolsa e em seu coração – mas só um pouco. Saiu já imaginando o trajeto que faria, para ganhar tempo e resolver tudo que precisava: passar no supermercado ou na mercearia, para comprar algo para comer mais tarde. Mas tinha a roupa que precisava lavar, não podia se demorar. Lembrou-se da ligação dele, que não pudera atender e resolveu retornar. Já passava pelo parque quando ele atendeu e disse que ela não se fosse ainda: ele estava no passeio do prédio, indo ao seu encontro! O sorriso inundou-lhe a face, mas ainda havia mais... Sorriram-se e abraçaram-se e comportaram-se como crianças felizes. Ela querendo pipoca doce com leite condensado, ele um jantar romântico e uma ‘esticada’. O convite veio de encontro aos seus desejos vespertinos, ainda que ela estivesse sob os efeitos da noite anterior. Como ele adivinhara? Mistério... –

Momento Educação Moral e Cívica

No meu tempo – aquele papinho nostálgico e em desuso! – tínhamos aulas de Educação Moral e Cívica (EMC) na escola. Não estávamos mais ginásio, mas também não tínhamos chegado à era do ensino fundamental ou médio: primeiro ou segundo grau, eram as denominações. Lembro-me que em casa possuímos várias ‘encicoplédias’, como dizia minha mãe, e diversas coleções de estudo – a Barsa não, o que me causava imensa frustração, já que era a enciclopédia mais afamada! Mas tínhamos Conhecer, Delta Larousse e posteriormente, a Delta Júnior! Sem falar no Dicionário Caldas Aulete, um luxo! Ah, os tempos em que nem computadores eram usados... Voltando às reminiscências, lembro-me bem de uma coleção de volumes pequenos, capa amarela com rostos e títulos em verde bandeira: “Vultos da Pátria”. Achava a maior sensação aqueles livrinhos pequenos – só mais tarde fui realmente descobrir sua finalidade e o que eram os vultos, ou melhor, quem eram. “Os brasileiros mais ilustres do seu tempo”, igualmente ilustres

16-11

De que adiantam as letras, símbolos, sinais gráficos, se a eles não se tem acesso em tempo hábil? Aquela ideia de dois dias atrás não necessariamente tem validade e/ou utilidade hoje. As postagens não são factuais e assim não se pretendem. Entretanto, para que se apreenda seu sentido, tanto melhor que as mensagens sejam transmitidas tão logo codificadas. Palavrórios à parte, que fique registrada minha autorevolta, sem com isso justificar minhas ausências.

Pedacinho do Céu

Passou atenta a tudo, no colo da mãe. Seus olhinhos azuis esmiuçavam e esquadrinhavam o ambiente, as pessoas: tantas cores e formas e cheiros – o shopping! Com certeza não era sua primeira incursão àquele universo, mas as novidades eram sempre renovadas ali, impossível acostumar-se... E para sua pequenez de tamanho e entendimento, era um mundo de sensações. Sua figurinha não passou despercebida pela mulher na mesa da praça de alimentação, que captou e capturou aquele pedacinho de céu no olhar infantil. A pequena devolveu a atenção e iniciou uma muda conversa. A mãe enterneceu-se, incentivando a socialização da filha. A mulher registrou sua aparência: ‘Olhinhos de Céu’ tinha o cabelo fino e castanho, quase dourado; sua compleição era frágil, diminuta, lembrava o corpinho delgado das ginastas. Quantos anos teria? A mulher não saberia precisar, talvez dois. Vestia um macaquinho curto, camisetinha e sapatos tipo boneca, deixando livres e nus perninhas e bracinhos. Pegou a mulher de surpre

De tudo um pouco - muito de nada

Tantas e quantas vezes as mesmas letras e palavras. A mesma ideia repetitiva. A mesma vida e as mesmas situações. “Um passo para a frente, dois para trás”. Quando a novidade vai me arrebatar? *** Gosto das letrinhas miúdas, com serifas. Das palavras soltas e livres. Das frases desconexas e desconectadas. Daquilo que as pessoas não percebem, não entendem, não compreendem. Gosto de sutilezas e vislumbres. Queria um poema. ***  Eu me atrapalho. Ando e tropeço. Respiro e sigo. Até que venha o desafio. Se cair, levanto. Eu sigo. *** Agora me aflijo. Vontade de tudo mudar. De tudo de novo sentir. De tudo novo sentir. De te sentir novo em mim. E ao mesmo tempo constante, presente, eterno. O sentimento fazendo sentido. Jogo de palavras. Eu as jogo, não posso aprisiona-las ou represa-las em mim. Meu sentimento já assim se encontra. As pessoas me interpelam, não quero interagir. Só que o tempo passe. “Espero que o tempo passe. Espero que a semana acabe. Para que eu posso te v

Registro previsto

Atravessou a rua correndo para não perder o ônibus. Todo dia a mesma coisa: acordava mais cedo, tentava adiantar-se, mas nada. Sempre correndo contra o tempo – como se fosse possível! E torcendo para que o trânsito ajudasse. Hoje ajudara: ela conseguiu pegar a condução a tempo e um lugar para sentar. Aproveitou para tentar acalmar o espírito, fez sua prece muda e cotidiana. Reforçou o ritual ao atravessar a portaria do prédio e teve a impressão que o segurança a observava. Impressão. Não tencionava aquele (mau) humor para o dia, então contou as últimas para o colega e sorriu! O dia passou ligeiro, lembrou-se dele e de toda a situação... Pausa para almoço. As tentativas de contato dele tornaram-se mais intensas, oscilando entre a firmeza e a urgência por atenção. Ela manteve-se inabalável – ou o mais perto disso possível.  Acabou tensionando a mente e o corpo em vários momentos e no final da tarde... cefaleia! Tomou seus compridos comprimidos vermelhos e aguardou pelo alívio. Na verdade

Epitáfio

Agora mensagens e telefonemas. E pedidos de perdão e declarações de amor. Mas quando não existiram? Então qual a diferença? Agora o arrependimento, a culpa, o medo. A dúvida, a espera e (o) talvez – adeus.

Polaroid

Está fluindo. Estou fruindo. Desse momento de ócio. Desta falta de ódio. Ando sem andar. Falo sem parar. Stop.

Escrevinhações

Eu não sei sobre o que escrever, mas na falta de coisa mais útil para se fazer, faço isso. Eu tinha até a mão (ou a cabeça) razoavelmente eficaz no que se refere a esses assuntos: escrever. Mas já há algum tempo que nada tenho feito ou praticado a respeito. Perdi a ‘transpiração’ ou coisa que o valha. Ou então me ocupei de coisas outras quiçá menos valorosas – resolvi adjetivar! Sentada aqui agora me pergunto porque os caminhos nos conduzem a lugares e pessoas inesperadas... Filosofias à parte, isso fez com que eu me metesse a desorganizar um pouco as ideias e extravasar nas letras e sinais gráficos!

7x7 - uma semana depois...

Mais uma vez o número 7 me assombrando...! Ou serei eu a lembrar-me dele insistentemente? Ato falho ou perseguição, fato é que hoje é dia 7 e nem faria a menor diferença – creio – não fosse a publicidade na tv enfatizar uma promoções de 7x, com 77 parcelas e sei lá mais o que! Pra que? Por que? Melhor lembrar do ‘setenta vezes sete’, muito mais útil e proveitoso! E ponto – pra que fui escrever isso???