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Mostrando postagens de outubro, 2011

Oi?

Falta de assunto não é - mais certo que seja falta de vontade, nem sei mais! E que importa, afinal? Lendo Anne Frank e pensando em como tudo pode ser extremamente irrevelante - inclusive eu mesma... Oi? Refiro-me às lamentações e mazelas cotidianas, à falta de criatividade e iniciativa! Por isso a ausência, somada  à mudança de rotina, cenário, endereço, condição... Mas isso é um outro post, ok? Volto depois...

Partida

Fique mais um pouco, não vá agora! Ainda não te contei tudo. Aquelas verdades absolutas, irrefutáveis. Não te contei mesmo, nada. Além de tudo que você já sabe... Daquilo que você nega. Feche os olhos, tape os ouvidos. Não adiantará. Está bem aqui - dentro. E sempre estará. Cá estava, antes ainda de sua chegada. E quando você se for, permanecerá. Boa viagem.

?

Então tudo se resumiu a uma eterna e morna interrogação.

Dos afetos

Ainda hoje, um casal de adolescentes na porta da escola fez-me recordar de tempos idos, vividos... Tempos em que os abraços eram apertados - corríamos mesmo aos nosso(s) encontro(s)! Os beijos? Longos, demorados, ansiados, apaixonados. As mãos não se soltavam, se possível fosse andaríamos até mais que abraçados! (mas era impossível caminharmos assim, então nos resignávamos...) Se as mãos suavam por tanto calor - nosso? -, cada um doava um dedo para nosso gancho, pseudoelo do nosso afeto... Lembro-me também que considerávamos absurdo, quiçá hereges, os casais que mal se tocavam... e prometiamo-nos nunca fazê-lo - ou sê-los! E agora, que é que temos? Frieza: cada qual por sua vez e de sua parte... Nada de abraços, beijos, toques - as manifestações de nossos afetos foram segregadas ao escuro do quarto, ao silêncio das paredes... Por que? Quando foi que nos perdemos assim do nosso calor?

Noturno

A lua. Nua. Minha. Tua. No murinho. Lembra-te?

No meio do caminho

A urgência por um poeminha que seja. Escrever. Meus olhos agora marejam com facilidade e quase, quase, o pranto explode! Vejo-te, penso-te. Nas pessoas na rua. Nas músicas no rádio. Nas palavras à minha volta. No tudo que me cerca... Quando o presente?

Agora

Vestiu seu melhor sorriso e saiu. Pisou na poça e molhou o olhar. Ignorou isso e seguiu. O salto da autoestima agarrou na calçada. Continuou descalça. Alcançou-o, afinal. Era tarde. O tempo passara, o amor acabara. Morrera de véspera. Ninguém a avisou. Correu até o parque. Gritou. Os passarinhos voaram em debandada, assustados. As pessoas não ouviram. Calçou a cara e foi embora. De volta. Pra fora, agora. Já era hora.

Laranjada

Não, não é um refresco. É quente, bastante. E abafado. É tudo que eu não queria. Mas que no entanto é. É bonito de se ver, até. Sou eu, neste quase verão. Ao som de divas e mestres. Pra dentro.

Gentileza urbana

Ocorreu-me dentro do ônibus - naturalmente. Já foi até um dos tópicos do jornal: os rumores, humores e sons do ônibus. Desde que se instituiu a educação e a gentileza nos coletivos, aí mesmo é que ela evadiu-se! Nunca ouvi tanta 'música' que eu não queria ou vi tantas pessoas sendo acintosamente desrespeitadas! Pra não lembrar de outras grosserias urbanas... Mas nem tudo está perdido: há exceções e bons exemplos. Cavalheirismos até! Já me explico: fazendo uma caminhada até o trabalho, eu presenciei. A mulher independente, bem-resolvida, que levava o filho a algum lugar, foi surpreendida pelo pneu furado do seu carro importado. Sexta-feira, sol a pino, horário de almoço, ela bravamente se joga à tarefa mecânica. Observo o cenário: todas as portas do carro abertas - provavelmente para refrescar o rebento, que permanece dentro do automóvel e aproveita para dar uma buzinada...! O incidente aconteceu numa rua pouco movimentada de um bairro nobre, na região de vários préd

Post póstumo

Sábado de sol, afinal. Existe um mundo aos sábados, um mundo que desconheço. Talvez por estar eu em casa nesses sábados: dormindo, assistindo tv, escrevendo, lendo... Ou fazendo qualquer outra coisa,  que não pertença a esse outro mundo a que me refiro: um mundo que implica em sair pra ver o outro lado, o de fora! Um mundo em que as pessoas acordam cedo e vão pra aula. Ou pra academia. Ou pra feira. Ou 'bater perna': fazer compras, ir ao mercado, encontrar os amigos, 'tomar uma' - de manhã? É. Tantas coisas tão distantes da minha rotina - e por que? Porque sábado sim, sábado não, eu acordo cedo também. E cruzo com estas pessoas, mas com destino distinto: o de vê-las fazendo isso, enquanto 'cumpro meu horário'. E quando é o sábado do não... eu durmo. E fico em casa, assisto tv, escrevo, leio... E faço as coisas do meu mundo, daqui de dentro. Quando o sábado não vai ser assim, pra mim? Quando meu sábado não vai ser póstumo? Semana que vem?