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Mostrando postagens de julho, 2013

Jogo de palavras

Março, abril e maio. Em branco. Tento pensar por que. Junto ou separado. Com ou sem acento. Porque sim. O porquê some. Abstrai-se, sem no entanto nos trair. A nós mesmos e nós outros. Preenche o vazio. Esvazia os espaços. “Por que é coisa de criança”. Criemo-nos. Porque somos.

Profissão de fé

Coçou os olhos mais uma vez – ultimamente eles andavam assim, cheios de ciscos e cilhos: incomodantes. Pensou outra vez que precisava ir ao oftalmologista tão logo possível, para ver se a dupla Hipermetropia/Astigmatismo estava avançando ou tinha dado uma trégua. Tudo levava a crer que ela caminhava, a dupla, já que os óculos eram cada vez mais indispensáveis. Limpou meticulosamente as lentes, como fazia sempre que tirava a armação da caixinha. Orgulhava-se do cuidado com que vinha trazendo esta última armação: dois anos e nenhum arranhão! Ao colocá-la no rosto percebeu que ‘sobressaía’ em sua visão e novo pensamento ocorreu-lhe: “preciso trocar estes óculos, e logo!” Já vinha percebendo que aquele design estava lhe viciando, pois vez ou outra olhava por baixo ou por cima dos óculos, num cacoete típico. “Mas essas armações maiores estão ‘modinha’ de adolescente... preciso procurar uma que seja atemporal...”, divagava, enquanto digitava o texto. Há quanto tempo não o fazia? Sentiu uma f

Gritos e sussurros mentais

Eu não devia pensar, ou mesmo sentir. Mas, como ainda não consegui superar, não falo – eu escrevo. Não é, no final, a mesma coisa? Porque a ‘palavra lançada não volta atrás’, segundo o provérbio chinês. Que dizer então da palavra escrita, que fica registrada? Tanto pior, eu diria. Ruim, mesmo, é sentir isso aqui e agora. Aí a mente divaga ao extremo: volto à adolescência e pergunto-me: “Posso dar um grito?”!