Tirei os tênis e larguei mochila, bolsa e tudo o mais no gramado à minha frente. Minha vontade era deitar no banco, mas considerei arriscado, abusar da sorte. Fechei os olhos e quase que imediatamente apaguei! A última imagem que vi foi Wanderley, aguardando os peixes, com meu telefone ao seu lado - ele tinha entendido minhas explicações. E o melhor, tinha se disposto a me ajudar! Então dormi, mesmo: um sono profundo, pesado, no qual se sonha ininterruptamente. Foi assim. No início eu não estava entendendo direito. Mas eu nadava, submersa. E aí tudo foi ficando claro: eu circulava livremente em meio a muitos peixes, numa água de um azul profundo, como profunda parecia aquela... lagoa! Não sentia necessidade de respirar, era-me natural estar ali, debaixo d’água. Olhei pra mim mesma: tinha os cabelos compridos, inteiros, de um negro intenso, caindo sobre os seios nus e as costas! Da cintura pra baixo, meu corpo era de peixe: eu era uma sereia! O espanto não durou mais que um segundo, log