Com os pés no painel
Tenho estranhas obsessões (se é que se pode assim diagnosticar minhas manias e esquisitices!)... Vivo a observar as pessoas, as situações, e criar teorias, tentando entender seu porquê.
Por exemplo: por que os homens estão sempre usando como impropérios palavras que designam a genitália feminina??? Longe de ser machista e/ou sexista - ai de mim! -, excetuando os declaradamente homossexuais ou assexuados, não gostam os homens da ‘dita cuja’?!
Eu entendo como xingamento algo que não gosto, desprezo, tenho asco... então não compreendo a lógica das exclamações! Provavelmente algum resquício de nosso passado tão politicamente incorreto e, sim, machista e/ou sexista. Ou, menos filosoficamente explicando – lá vou eu... – apenas o irracional que nos toma nesses momentos!
Não entendo. Mas, afinal, quem estuda ou entende o uso e o porquê dos palavrões! (=S) Já entrei em discussões com alguns espécimes do gênero, sem muito sucesso. Volto ao início: minhas, somente minhas (ou não), manias e esquisitices...!
Assim como o dedão na quina do móvel, o sabonete no chão, o objeto que escorre pelo ralo, assim me parece o pé no painel no carro – ou o dedo no nariz do motorista, ocorreu-me agora... São atrações incompreensíveis, imprevisíveis e irresistíveis, aparentemente: um parece imantar-se irremediavelmente ao outro, tão logo a oportunidade aparece!
Eu mesma já experimentei praticamente todos os exemplos listados - abstive-me do dedo no nariz, até porque não dirijo! – e o pé no painel do carro é atração quase fatal... Esse desejo incontrolável parece acometer as mulheres, preferencialmente (eu já observei, em minha pesquisa...) e realmente é ótimo!
Divagando... o que representam os pés nos painel do carro? Que se limitem ao passageiro, já advirto – não houve o caso do motorista que foi flagrado dirigindo com o pé esquerdo (!) para fora da janela??? De minha parte já considerei deselegância, descompostura ou coisa que o valha, aquele 'pezola' no painel! Qual o que?! Carpe diem!
Sim, a posição é assaz agradável e até confortável, especialmente para pessoas de baixa estatura, assim como eu! Sem contar na sensação de liberdade e descompromisso com a qual se é preenchido, com esta simples transgressão dos bons modos! – que me desculpe Danuza Leão e sua ‘sala’ (adoro-a, a propósito!)...
Como não sou “Miss Daisy”, a dama do filme (mas ela era conduzida no banco traseiro, logo não poderia mesmo colocar o(s) pé(s) no painel, coitada!), nem tampouco a sobremesa (hum...) vou vivendo de especulação e de topadas de dedão!
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